Mal terminou a gravação do clipe da banda de rock criado exclusivamente para divulgação dos equipamentos para efeitos visuais criados pela empresa de David quando ele e Chloe, sua influenciadora digital e namorada saíram para jantar.
—Muito bem espertinho, há realmente
algo importante no teu sítio que queira me mostrar, ou está querendo só me
enrolar para me levar para o “matinho”? —Perguntou Chloe divertida enquanto
aguardavam serem servidos.
—Embora te levar para o “matinho”
seja uma ideia tentadora, o que quero te mostrar é algo intrigante e preciso de
alguém de confiança para me dizer se o que andei vendo era real ou coisa da
minha cabeça, mas antes de continuar me responda: Você sabe o que é uma Gaiola
de Faraday ou uma bobina de Tesla?
—Já ouvi falar, mas não faço a
menor ideia do que são essas coisas.
—Resumindo, a bobina de tesla é um
transformador de energia de alta potência que pode gerar faíscas semelhante a
raios. A gaiola de Faraday basicamente é uma caixa ou gaiola que serve de
blindagem eletrostática, bloqueando a entrada e saída de campos
eletromagnéticos.
—E o que isso tem a ver com minha
ida ao teu sítio?
—Lá no sítio eu tenho um galpão
onde faço a maior parte dos meus experimentos para desenvolver novos efeitos
visuais. Recentemente eu estava trabalhando no desenvolvimento de um novo
equipamento para efeitos especiais que usa entre outras coisas a bobina de
Tesla para gerar raios e uma gaiola de Faraday para proteger o entorno do
equipamento dos campos eletromagnéticos por ele gerados. No começo tudo ia bem,
mas fui aumentando a tensão na bobina para me certificar que com uma potência
maior o campo magnético não conseguiria “escapar” da gaiola. Quando liguei a
máquina de fumaça mantendo os leds desligados, se formou um nevoeiro como era
de se esperar, só que dentro dele apareceu uma fraca imagem que parecia um
declive e um campo com uma montanha ao fundo.
—E aí, o que você fez?
—Fiquei confuso, pensei em aumentar
a potência, mas já era tarde e eu já estava muito atrasado para um compromisso,
então desliguei tudo e fui embora.
—E o que espera que eu faça lá?
—Pretendo acionar o equipamento com
você observando. Quero saber se aquela imagem realmente apareceu, se foi fruto
da minha imaginação ou o equipamento pode ter provocado isso no meu cérebro a
exemplo do que fazem os infrassons.
—Ok. Nesse final de semana
desvendaremos esse mistério. — Disse Chloe em tom de deboche.
David e Chloe chegaram ao sítio no
começo da noite daquela sexta e no sábado logo após o café da manhã iniciaram
os testes na parafernália criada por David.
Logo que chegaram ao galpão David
instruiu Chloe a avisar se visse algo ou sentisse qualquer tipo de desconforto
ou euforia injustificada e foi ligando os equipamentos um a um. Assim que
acionou a máquina de fumaça e o nevoeiro começou a se formar, a mesma imagem
que tinha visto anteriormente apareceu.
Assim que a imagem se formou, David
pediu a Chloe para entrar devagar dentro da gaiola observando atentamente tudo
que lhe parecesse estranho. David não disse a ela que estava vendo dentro do
nevoeiro a mesma imagem que tinha visto anteriormente.
Logo que Chloe entrou na gaiola e
olhou em direção ao nevoeiro exclamou:
—David. Me diga que isso não é uma
“pegadinha” tua e essa imagem não está sendo projetada pela máquina de fumaça.
—O que você está vendo Chloé?
—A mesma coisa que você descreveu
anteriormente, um declive, um enorme campo e uma montanha ao fundo. A imagem
está fraca e turva, mas é isso que eu vejo.
—O que acha que pode ser?
—Se isso não for uma brincadeira
tua, pode ser que tua máquina esteja captando imagens de algum sistema de
monitoramento de alguma câmera de segurança remota.
—Vou aumentar a potência da bobina
e também da máquina de fumaça para ver se a imagem melhora.
Aos poucos o nevoeiro foi se
tornando mais denso e a imagem mais clara. Quando a imagem ficou totalmente
nítida algo inesperado aconteceu, foi como se tivesse ocorrido uma explosão
surda e repentinamente a sala foi totalmente tomada pelo nevoeiro. Assustada
Chloe se abraçou a David perguntando:
—Meu Deus, o que foi isso?
—Não sei, parece que minha máquina
de fumaça deu pau. Vamos esperar um pouco porque não estou vendo nada e não
quero correr o risco de encostar na bobina de Tesla.
Da mesma forma como apareceu, o
nevoeiro foi se dissipando e eles perceberam que já não estavam mais dentro do
galpão e sim no mesmo lugar que tinham visto dentro do nevoeiro.
—O que aconteceu David. Onde
estamos?
—A sensação que tenho é que ainda
estamos no sítio, mas tudo está mudado, as únicas coisas que estão do mesmo
jeito são: A montanha, só que parece mais verde, o declive, só que ao invés do
enorme gramado agora tem uma pequena plantação, o rio que agora tem uma ponte
que antes não existia, e o local onde era o pasto da fazenda do outro lado do
rio não tem nenhum gado e parece ter sido transformado em uma lavoura com
aquelas máquinas esquisitas fazendo a colheita sem a interferência de nenhuma
pessoa. Onde foram parar meus equipamentos, meu galpão e tudo mais que tenho no
sítio? Onde foi parar o gado daquela fazenda? De onde veio aquela ponte e
aquela vila de casas que vejo depois daquela plantação? Vamos descer essa
encosta e tentar nos localizar.
Logo que começaram a descer a
encosta perceberam algo anormal, estavam no meio de uma plantação de morangos
cuja a altura das plantas chegava até a cintura e os frutos tinham o triplo do
tamanho de uma fruta natural. Assim que cruzaram o rio pela ponte mais
surpresas, ali era uma plantação de leguminosas com vagens que chegavam a meio metro
de comprimento e grãos que pareciam ser do tamanho de uma laranja.
—Vamos nos aproximar de uma das
máquinas—, disse David. — Deve ter alguma cabina com um operador dentro.
Quando estavam a cerca de cinco
metros da máquina ela estancou e começou a emitir um som de alarme ensurdecedor
que os obrigou a correr para longe dela.
—Vamos até aquela vila ver se
conseguimos conversar com alguém —, disse Chloe.
Ao se aproximarem da vila perceberam
que as pessoas ao os avistarem corriam para dentro de suas casas. Não demorou e
novo alarme soou e as ruas ficaram completamente desertas.
—E agora David. O que fazemos?
—Vamos continuar caminhando, deve
haver mais alguém por aí, algum comércio, uma escola ou qualquer outro local
com as portas abertas.
Embora tivessem uma arquitetura um pouco
diferente, as casas pareciam com quaisquer outras que eles já tinham visto,
exceto pela gigantesca esfera fixada no teto de cada uma delas. Cada esfera era
recoberta de placas sextavadas pintadas de preto ou confeccionadas com material
nessa cor.
Eles já estavam caminhando há um
bom tempo, não encontravam nem um veículo, nem um estabelecimento comercial e o
mais estranho absolutamente ninguém pelas ruas as quais também não tinham
placas de identificação. Seus telefones celulares estavam sem sinal. Eles já
estavam ficando desesperados para encontrar uma saída, foram até uma pequena
praça, beberam um pouco de água na fonte e sentaram em um banco para descansar
um pouco e foi quando tomaram uma decisão, bateriam na porta de alguma casa, se
ninguém os atendesse arrombariam a porta pelo menos assim a polícia seria
chamada e tudo seria esclarecido.
Logo que levantaram do banco o
telefone celular de David tocou, e ao atender ouviu uma voz desconhecida
dizendo:
—Sabemos que vocês estão confusos,
sigam até o final da rua, do lado direito encontrarão uma construção diferente
das demais, lá é o centro de controle desta vila, a porta estará aberta, entrem,
sentem nas poltronas e tudo será esclarecido.
Logo que chegaram ao local e
sentaram nas poltronas, a parede diante deles se iluminou e a imagem de um
homem sério, sentado diante do que parecia um painel de instrumentos apareceu e
o homem começou a falar com um sotaque indefinido:
—Vocês não devem fazer a menor
ideia de onde estão e como vieram parar aqui, eu recebi a incumbência de
explicar tudo antes de manda-los de volta.
—Você tem razão —, disse Chloe, —
em um momento estávamos testando um aparelho e no momento seguinte tudo ao
nosso redor foi mudado.
—Alguns de nós sabem tudo a
respeito do teu povo —, disse o homem, — e eu sou um deles.
—Então por favor nos explique onde
estamos, por que as pessoas fogem de nós e como podemos voltar.
—No seu mundo vocês tem alguns
termos para definir este lugar: realidades alternativas, universos paralelos e
tantos outros que não vem ao caso, mas a verdade é que quando houve o evento
que vocês chamam de Big Bang houve também um pequeno lapso temporal que
permitiu a criação de um multiverso e não um universo como vocês costumam
chamar. Todos os universos desse multiverso são idênticos na sua origem, mas
evoluíram de forma diferente.
—Deixe ver se eu entendi —, disse
Chloe, — você está dizendo que pode existir muitos planetas terra espalhados
por aí?
—Sim, existem muitos planetas
idênticos a sua terra, mas não estão espalhados por aí, todos eles ocupam o
mesmo espaço no multiverso.
—Por que tudo aqui parece bem
diferente e qual o motivo das pessoas fugirem de nós?
—Vou contar um pouco da nossa
história e talvez isso os ajude a entender o risco que o mundo de vocês está
correndo: Nossa civilização está em um estágio evolutivo mais de dois mil anos
na frente da de vocês.
—Mas aqui parece mais uma
cidadezinha do interior do que uma cidade futurista —, disse David.
—Veja as imagens dos nossos
arquivos que vou mostrar e depois tire suas conclusões:
Enquanto ia exibindo as imagens o
tal homem ia dando explicações: Há mais de dois mil anos já estávamos mais
evoluídos que vocês, mas a devastação do planeta era iminente. A população
mundial chegava perto de dez bilhões de habitantes e os recursos naturais eram
consumidos em uma velocidade duas vezes maior do que o planeta poderia produzir.
O uso de todos os tipos de combustíveis, aliado a quantidade absurda de gado e
outros ruminantes criados para a alimentação humana despejava no meio ambiente
uma quantidade de CO2 três vezes maior do que as florestas conseguiam absorver,
a camada de ozônio tinha tantos buracos que a humanidade teve que abandonar
muitos locais onde os raios solares não mais eram filtrados, as calotas polares
estavam derretendo a uma velocidade assustadora. Enfim, era um caos total e se
não tomássemos providencias urgentes a raça humana e a de tantos outros animais
estaria condenada a extinção.
—E o que vocês fizeram? — Perguntou
Chloe.
—Nós sempre tivemos um governo
mundial, se compararmos como a estrutura do teu mundo, esse governo mundial se
equipara a um gigantesco país, os países a gigantescos estados, os estados a
grandes cidades e as cidades ao que vocês chamam de subprefeituras, isso
facilitou muito a tomada de decisões.
A primeira decisão tomada foi determinar
que todas as mulheres que já tivessem filhos fossem esterilizadas, e as demais
foram esterilizadas logo após o primeiro parto. Com essas medidas em cem anos a
população mundial baixou para quatro bilhões de pessoas, e nos cem anos
seguintes a pouco mais de dois e a partir daí as mulheres foram autorizadas a
ter dois filhos.
A segunda decisão foi proibir a
criação de animais para alimentação humana, a humanidade deveria se tornar
vegetariana. Todo animal que ainda existia foi sendo abatido e consumido
enquanto os pecuaristas se tornavam agricultores para dar conta da demanda por
alimentação. Atualmente os únicos animais não humanos existentes nas cidades
são os considerados mascotes. Com essa medida a emissão de CO2 no meio ambiente
em cinco anos foi reduzida em mais de sessenta por cento.
A terceira decisão foi usar toda a
tecnologia que já tínhamos para erradicar de vez a queima de combustíveis fossem
eles fósseis ou não, mas para isso tivemos que promover uma grande reforma
social e cultural. Atualmente nossas cidades são planejadas de tal forma que as
pessoas possam ir ao trabalho a pé ou usando um veículo de tração humana
semelhante ao que vocês chamam de bicicleta. O transporte individual motorizado
foi abolido e o transporte coletivo entre os núcleos e cidades são movidos a
eletricidade. O turismo entre nossos estados que vocês chamariam de turismo
internacional também deixou de existir, porque julgamos ser totalmente inútil e
desnecessário uma minoria de privilegiados desperdiçar uma quantidade enorme de
combustível para atravessar metade do mundo só para ver uma praia, uma
cachoeira ou uma vila com construções muito antigas e não tão belas quanto
pensavam.
As industrias tiveram que se
adequar para usar apenas eletricidade e assim não liberar gases nem calor no
meio ambiente. Atualmente o pouco de calor que produzimos é compensado com o
que retiramos do ambiente com as usinas solares, e o pouco de gases que
emitimos é totalmente absorvido pela grande expansão florestal que promovemos. Criamos
também um sistema que permitiu ao longo dos últimos quinze séculos recuperar
totalmente a camada de ozônio.
—Essas esferas enormes que vemos
sobre as casas o que são? — Perguntou David.
—São para transformar a luz e o
calor solar em eletricidade. Todas as casas são autossuficientes em energia
elétrica e ainda enviam a energia que sobra para o sistema de fornecimento para
os órgãos públicos, indústria e comércio.
—E aquelas frutas e grãos enormes
que vimos, o que são? — Perguntou Chloe.
—São produtos muito semelhantes aos
que vocês têm, só que modificados para uma maior produtividade em uma área
agrícola menor.
—Como vocês sabem tanto a nosso
respeito? — Perguntou David.
—Conforme eu já disse, em termos
evolutivos, estamos mais de dois mil anos à frente de vocês, nós temos
aparelhos capazes de monitorar pelo menos uma dezena de outros planos e o de
vocês é um dos que nos despertou mais interesse por causa da instabilidade que
pode leva-los ao caos e também interferir em outros planos. Eventualmente
enviamos para o teu lado veículos de observação. Aquilo que vocês chamam de
OVNIs na maioria das vezes são nossos veículos de observação. Atualmente
sabemos mais sobre vocês do que vocês mesmos.
—E nós dois também temos sido
monitorados? — Perguntou Chloe.
—Não monitoramos pessoas comuns,
monitoramos apenas grandes líderes e alguns cientistas. O caso de vocês é
atípico, assim que cruzaram a linha que separa nossos planos, ou nossas
realidades tivemos que descobrir tudo sobre vocês dois. Se os considerássemos
perigosos seriam sedados imediatamente e devolvidos ao seu local de origem, mas
como são inofensivos preferimos trata-los com mais diplomacia.
—Se nos consideram inofensivos por
que seu povo fugiu de nós? — Perguntou David.
—Os motivos são muitos. Primeiro:
Vocês são um grande deposito de vírus e bactérias as quais nosso organismo não
tem defesa alguma. Um simples contato com vocês seria a pena de morte para um
de nós. Só para constar todo este núcleo ficará quarenta dias isolado e em
observação para prevenir qualquer infecção causada por vocês. Segundo: As
pessoas que comem carne como vocês fedem a carniça, e além do cheiro de carniça
vocês fedem a tabaco e por causa da ingestão de álcool vossos fígados e rins
não filtram muito bem. Pessoas que bebem álcool fedem a amoníaco, e o terceiro
e não menos importante motivo é que em termos evolutivos em comparação a nós
vocês são pouco mais que pré-históricos, e como animais pré-históricos a
capacidade de transmitir pensamentos e sensações por uma espécie de telepatia em
vocês é muito forte. A convivência de um dos nossos com vocês seria altamente
danosa, essa pessoa poderia se tornar agressiva como vocês são, poderia
retroceder e começar a sentir o desejo de comer carne e praticar outros atos
insanos.
—Você está enganado, não somos tão
maus assim —, disse Chloe.
—Não mesmo? Neste plano, o mundo
inteiro não registrou nenhum homicídio ou ato de violência nos últimos mil
anos. Apenas o país em que vocês vivem no ano passado foram registrados mais de
quarenta mil assassinatos, ou seja mais de cem por dia. Projetem isso para o
restante do seu mundo e terão um número assustador. Atualmente no plano de
vocês quase sessenta países estão em guerra, por aqui não registramos nem uma
guerra a cerca de dois mil anos.
—Com tantas regras o povo daqui é
realmente feliz? Perguntou Chloe.
—Melhor do que falar vou mostrar
como vivemos.
Um vídeo começou a ser exibido
primeiro mostrando cidades lindíssimas, ruas arborizadas e floridas. Viam-se
apenas casas térreas e sobrados, nenhum edifício, nenhuma chaminé, nenhum automóvel.
Eventualmente se via algum veículo semelhante a um furgão que provavelmente
transportava mercadorias para as lojas. Em outra cena se via um grande parque
com pessoas praticando uma grande variedade de esportes ou então pequenos
grupos sentados ao redor de mesas conversando e quase sempre rindo. Foi
mostrado também um vídeo de uma grande festa a céu aberto. Gente fazendo várias
brincadeiras como nas festas juninas brasileiras, um palco com artistas tocando
e cantando e um enorme tablado onde muitas pessoas dançavam.
O vídeo parou e o tal homem
reapareceu dizendo: —Nosso povo é muito mais feliz do que vocês podem imaginar.
Nós não temos que matar um leão por dia para sobreviver como vocês dizem, não
vivemos em função de trabalhar horas a fio e ganhar um salário de fome. Também
não vivemos em função de acumular prestígio e riqueza. Não temos medo de
guerras, não temos medo de criminosos, não nos agredimos por motivos fúteis
como no mundo de vocês. Aqui cada um cumpre com seu dever, trabalha, constitui
uma família, se diverte e vive a vida como ela deve ser vivida.
—Vocês são um povo pacífico,
entretanto em algum momento pessoas de outros planos descobrirão uma forma de
passar para este lado, por exemplo, a população de onde venho é quatro vezes
maior que a daqui, se meu povo conseguir vir para cá dominarão facilmente teu
povo e destruirão tudo que vocês conseguiram construir em vinte séculos. Vocês
não temem que isso possa acontecer? — Perguntou David.
—O fato de sermos pacíficos não
significa que somos indefesos. Teu povo não tem controle algum sobre os
satélites que orbitam teu planeta, nós temos na órbita da tua terra dez
satélites que a um comando nosso pode destruir todos os seus satélites de
comunicações. Se isso não bastar destruiremos todas as suas fontes de energia,
e em último caso temos condições até de dizimar completamente tua civilização,
mas acreditamos que vocês jamais atingirão o grau evolutivo semelhante ao nosso,
antes disso vocês próprios se destruirão.
—Já pensaram em colaborar para que
nosso povo possa seguir os mesmos passos de vocês? — Perguntou David.
—Nos últimos séculos inspiramos
vária pessoas do teu mundo a mostrar o caminho certo a seguir, mas a maioria
não é ouvida, outros são ridicularizados e alguns acabam sendo considerados
santos. Vocês constroem altares, fazem um monte de rituais, mas não praticam
uma palavra da mensagem enviada. Vamos continuar tentando, entretanto, duvido
que ouçam nossos mensageiros. Agora chegou a hora de vocês partirem —, disse o
homem apertando um botão no painel à sua frente.
De repente David e Chloe se viram
novamente abraçados em meio a névoa e quando ela se dissipou perceberam que
estavam novamente no mesmo lugar onde iniciaram o experimento.
—O que aconteceu David, isso tudo
foi verdade ou fruto da nossa imaginação?
—Não sei, não sei Chloe, e talvez
nunca venhamos a saber.